O sono é a principal queixa dos trabalhadores noturnos. Durante o dia, o barulho, a claridade e movimentação de pessoas em casa prejudicam o sono, tornando-o menos reparador. A privação do sono provoca fadiga crônica e queda no desempenho, o que contribui para o "erro humano" e os acidentes de trabalho. O risco de ocorrerem acidentes no trabalho noturno é três vezes maior, quando comparado ao trabalho diurno, segundo a pesquisadora Lúcia Rotenberg, do Departamento de Biologia da Fiocruz.
Ritmo biológico
Outra dificuldade é que o corpo humano tem ritmos biológicos, que o preparam para a vigília de dia. "Antes de acordarmos, o corpo secreta um hormônio chamado cortisol, que nos prepara para reagir e desempenhar as atividades. Esse ritmo praticamente não muda, mesmo quando a pessoa fica acordada à noite, prejudicando o sono diurno", diz Lúcia.
Em relação à alimentação, estudos mostram que o trabalhador noturno tem maior habito de ingerir alimentos pré-cozidos e congelados e também "beliscar”. Além disso, algumas empresas que oferecem refeições não se preocupam em preparar um cardápio especial para o trabalhador noturno, incluindo até feijoada para essa população.
"São freqüentes as queixas de trabalhadores noturnos em relação à azia, dores abdominais, constipação e flatulência. Esses sintomas podem se agravar e chegar a uma gastrite crônica ou úlcera. Isso porque nosso sistema digestivo está preparado para trabalhar melhor durante o dia", explica.
A ingestão de bebidas cafeinadas, o consumo de álcool e o hábito de fumar também são mais comuns entre os trabalhadores noturnos. Isso pode favorecer para o aparecimento de doenças cardiovasculares e coronarianas.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias – Sarita Coelho - 12/11/2007
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