sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tempo - ter ou não ter?

Sueli Matos
Comecei a interessar-me pelo tema Administração do Tempo logo assim que ingressei numa equipe responsável pelo Desenvolvimento Gerencial de uma empresa de grande porte do setor elétrico.
O motivo principal foi que percebi, com o tempo, que todas as ditas "ferramentas gerenciais" de uma forma ou de outra, influenciavam ou eram influenciadas pelo gerenciamento do tempo do gestor, e na verdade de todos nós.
Dentre as várias correntes e metodologias de Administração do Tempo aquela com que mais me identifiquei, baseava seus conceitos em quatro princípios básicos. Didaticamente ficava mais fácil organizar as idéias e mecanismos de Administração do Tempo subdivididos nos princípios de Objetivo, Concentração, Proteção e Controle do Tempo.
No fundo, no fundo, tudo se resumia à nossa capacidade de planejar e priorizar. Esta capacidade é fortemente influenciada por nossos valores e crenças. Parece simples, não? Mas por que num mundo de hoje, com tantas tecnologias criadas para otimizar nossos contatos, agilizar ações e conseqüentemente economizar tempo, nos vemos constantemente premidos por ele e reclamando não ter tempo?
Tenho procurado estar atenta e observando a mim mesma desde que descobri que o tempo não dá para ser administrado. Não dá para esticá-lo. Neste quesito todos somos iguais, temos as mesmas 24 horas por dia. Então, resta-nos utilizá-las melhor. E, qual é efetivamente seu melhor uso? Acho que aí está o grande "x" da questão. Depende de nós, como a maioria das coisas que nos acontece. A questão é querer, desejar, decidir...
Através das minhas observações e vivências, queria trabalhar com a variável "tempo", mas não da forma que nos tornássemos escravos dele. Não gostaria de me referir, exclusivamente, aos milhões de ferramentas, burocráticas e tecnológicas, criadas para economizar tempo, tentando ensinar como utilizá-lo melhor.
Quero falar de vivermos o nosso dia-a-dia sem culpas, sem angústias do que não foi feito, sem estarmos ansiosos por fazer mais e sempre achando que poderia ser diferente, que o tempo poderia ser melhor aproveitado.
Quero que saibamos lidar com essas 24 horas para que tenhamos mais prazer, curtamos mais cada realização, respeitando nosso momento e possibilidades. Enfim, tendo mais vida. Como ensinou Confúcio "escolha um trabalho de que gostas e não terás de trabalhar um único dia em tua vida". E este também é o lema, sem dúvida, de uma moderna área de Recrutamento & Seleção: encontrar a pessoa certa, para o lugar e empresa que se adequem ao seu perfil. Afinal, não existe empresa feliz composta de empregados infelizes.
De que maneira posso colaborar, pergunto-me? Compartilhando com todos vocês minhas inquietudes a respeito, pois sabemos que o mundo não precisa de pessoas mornas e a informação de nada vale se nada fizermos com ela.
Estou consciente de que, embora conhecedora e interessada por grande parte da teoria, encontro-me, às vezes, não conseguindo aplicar tanto quanto gostaria. Mania de perfeição? Talvez, e aí está a primeira regra deste jogo: reconhecer nosso modo de ser e respeitá-lo.
Saber não significa sabedoria. Sabedoria inclui o fazer. Fazer consciente de que aquela é a melhor maneira de usar o meu tempo, aqui e agora, e não sentir culpa por abrir mão de outras coisas e outros afazeres. Identificar que, se privilegiamos aquela atividade, naquele momento, é porque ela era a nossa prioridade. Talvez, o importante seja observar porque ela está sendo priorizada, naquele momento, se isto incomodar.
Bem, na medida em que priorizamos, já estamos de certa forma praticando os quatro princípios pois, teoricamente, temos claro nosso objetivo, colocaremos ao seu dispor toda nossa energia, nos concentrando no que estamos fazendo, controlaremos e protegeremos nosso tempo contra eventuais e inoportunas interrupções.
É o que estou fazendo agora, ao voltar minha atenção para escrever este artigo. Ah, se vocês imaginassem o que deixei de lado! Mas, quero que tenham a certeza de que me fez muito bem e espero que a leitura deste texto faça o mesmo com vocês.
Se conseguirem mudar um pouquinho que seja - não busquem apenas grandes feitos - sua maneira de ser, naquilo que lhe causar incômodo e aceitar você do jeitinho que você é e as coisas, que você não possa mudar do jeito que são, irão conviver harmoniosamente com o universo à sua volta e certamente já estarão praticando o gerenciamento do tempo e, espero, sendo muito mais felizes.
Caso queiram compartilhar mais idéias sobre o assunto, falem comigo. É impressionante como crescemos melhor quando trabalhamos em conjunto!
Fonte: www.suelimatos.com.br

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