terça-feira, 20 de dezembro de 2016

2017 - novo ano, proposta renovada!

Em tempos de pós-verdade (!?!), 2017 está se anunciando renovado no trabalho do NEST. 
Faz tempo que as mudanças vêm sendo gestadas e testadas e recriadas e agora parecem começar a ganhar movimento e consistência. 


Não é uma proposta nova - como conseguimos finalmente entender.
Não é nova nossa intenção de trabalhar com aquele que trabalha sem tergiversar em relação aos grandes fios condutores de nossa origem: a dignidade, a saúde, a qualidade sociodinamica do ambiente laboral.
A renovação pode ser o recompromisso e a ampliação do vies adotado.

Queremos incluir quem ainda está planejando sua vida profissional e quem está pensando em deixá-la.

Esse espaço permanece. 

Vamos dando notícias!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

MUDANÇAS NO NEST!!!

O Núcleo de Educação e Saúde no Trabalho 

está se reestruturando!


Aguarde novidades no BLOG!!!

terça-feira, 20 de outubro de 2015

50. Encontro Presencial do Fórum de Acidentes de Trabalho

                                       

          Tema: Segurança na Construção Civil em Grandes Obras

Dia 11 de novembro, quarta-feira, das 08:30 às 15:00h
Local: Auditório do Paço Municipal – Salão Vermelho na Avenida Anchieta, 200, Campinas – SP

Coordenação do evento: Ildeberto Almeida, Rodolfo Vilela e Manoela Lopes
 

Programação:
08:30 h - Mesa: Segurança na construção civil em grandes empreendimentos
Coordenador da mesa: Dr. Mário Antonio Gomes, procurador do MPT da 15ª região 

 Palestra: A experiência da construção do Parque Olímpico de Londres
Palestrante: Alistair Gibb, professor do departamento de engenharia civil da Universidade de Loughborough, Reino Unido.

 Palestra: Acidentes e anomalias na edificação de um aeroporto: construindo mudanças na atividade
Palestrante: Manoela G. R. Lopes, doutoranda da Faculdade de Saúde Pública, FSP-USP.

 
10:30h – intervalo – Comemoração do 50º Encontro Presencial do Fórum Acidentes do Trabalho
11:10h – Debate
12:30h – Almoço
 

13:30h – Lançamento do documentário "Eletricitários"
Através de depoimentos o documentário revela o que há por trás do precarização do trabalho no setor elétrico brasileiro.
Coordenador da mesa: Dr. Nei Vieira Messias – Procurador do MPT, 15ª Região.
Composição da Mesa: Alessandro José Nunes da Silva, CEREST- Piracicaba; José Roberto Novaes, pesquisador da UFRJ; Carlos Alberto Alves – Pres. Sindicato trabalhadores na indústria de energia elétrica de Campinas – STIEEC                                                                                                         15:00h - Encerramento


 Textos de apoio e mais informações sobre o fórum disponíveis na página do Fórum AT: www.forumat.net.br

 As inscrições são livres e gratuitas na Página da Faculdade de Saúde Pública: www.fsp.usp.br

 

 Apoio: Escola Sindical do DIEESE, Comissão de Cultura e Extensão da FSP – USP; PROEX-UNESP; CEREST Piracicaba; DVST/CVS/SES-SP; Ministério Público do Trabalho da 15ª Região; FAPESP Proc. 12-04721-1; ANAMATRA; CRST Campinas. Coordenação do Fórum: Ildeberto M Almeida (ialmeida@fmb.unesp.br) e Rodolfo AG Vilela (ravilela@usp.br)

 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

NOTA DE REPÚDIO E SOLICITAÇÃO DE REVOGAÇÃO DA PORTARIA MTE1287 DE 30/09/2015 - ASSINAMOS COM OS SERVIORES DA FUNDACENTRO EM RELAÇÃO AO USO DO AMIANTO NO BRASIL

Posicionamento dos Servidores da FUNDACENTRO em relação à Portaria 1287 de
30/09/2015 do Ministério do Trabalho e Emprego instituindo a Comissão Especial
para debater o uso do amianto no Brasil.
A FUNDACENTRO foi criada em 1966 e vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego a partir
de 1974. É uma autarquia federal cuja missão é a “Produção e difusão de conhecimentos que
contribuam para a promoção da segurança e saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras,
visando ao desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, equidade social e
proteção do meio ambiente”. É composta por um Centro Técnico Nacional, localizado na
cidade de São Paulo e 13 unidades descentralizadas em diferentes estados da Federação.
Desde 1994 é designada como Centro Colaborador em Saúde Ocupacional credenciado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
O corpo técnico e de servidores da instituição, de forma independente da Presidência e da
Diretoria Técnica da casa, vem a público manifestar a sua surpresa e repúdio quanto à edição
da Portaria acima mencionada, e solicitar a sua revogação imediata. O teor da nefasta Portaria
menciona explicitamente debater o uso do amianto “sob o prisma do uso seguro“. No assunto
em pauta, não estamos anestesiados.
É nosso dever e é função precípua dos servidores públicos zelar pelo atendimento, cuidados e
defesa da população, sem colorações partidárias. É nosso dever denunciar os desmandos e os
malfeitos. É um direito do povo brasileiro, trabalhador exposto ou não, de ter acesso a
conhecimento suficiente sobre a nocividade do amianto e sobre os riscos advindos de seu uso.
Estes são totalmente evitáveis pela substituição do amianto como insumo industrial por
outros, atualmente disponíveis, mediante tecnologia mais limpa.
O “uso seguro” é uma discussão anacrônica e falaciosa. São proferidos argumentos de que
pode haver uso seguro do amianto em atividades típicas com a fibra, como por exemplo, na
mineração de amianto ou na grande indústria de cimento-amianto. Teoricamente, é um
argumento correto. Exemplificamos a cotação anterior: nos Estados Unidos mais de 4.000
multas foram aplicadas entre 1996 e 1998 por descumprimento aos padrões nacionais de
exposição ao amianto em diferentes ramos industriais que lidam com a fibra (Castleman B.
IJOEH 2003;9-294-298). Além disso, fora da chamada indústria típica do amianto o controle é
inexistente! Não há qualquer controle em atividades de construção onde há farto uso de
materiais de cimento-amianto, em operações de manutenção de máquinas, manipulação de
materiais de fricção, demolições e disposição de rejeitos, só para mencionar algumas
situações. Importante lembrar: o quanto representa a população passível de integrar
programas de “uso seguro” (novamente, na teoria)? Calcula-se, no máximo, 10% da população
exposta em ambientes de trabalho. A maior parte das exposições em ambientes de trabalho
são inadvertidas. Não é aceitável que a argumentação do “uso seguro” persista!
Estima-se que mais de 6 milhões de toneladas de crisotila estejam espalhadas no país. Sob
diversas formas: amianto bruto, estoques de empresas, produtos contendo amianto, produtos
instalados, materiais de demolição e rejeitos. Este número só cresce. O risco de exposição na
população cresce na mesma medida. Os muros das empresas retém apenas uma ínfima
parcela do amianto que se encontra espalhado no território brasileiro, atingindo grande
parcela da população. O uso do amianto extrapola a questão ocupacional – que já é ruim –
afetando a população geral, notadamente as classes menos favorecidas que são sempre as
mais afetadas por contaminações ambientais.
É importante salientar que o amianto tem substitutos tecnologicamente e economicamente
viáveis para todas suas aplicações. A crisotila é classificada dentro do grupo de cancerígenos
humanos do IARC (Grupo 1). Nenhum substituto do amianto é classificado como cancerígeno
do Grupo 1 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC/OMS).
No ano de 2007 o Ministério do Trabalho e Emprego e a FUNDACENTRO posicionaram-se
publicamente em favor do banimento do amianto ao final dos trabalhos da Comissão
Interministerial do Amianto. No ano de 2012, o Ministério do Trabalho e Emprego e a
FUNDACENTRO posicionaram-se publicamente no Supremo Tribunal Federal em favor do
banimento do uso do amianto no país.1 Também em 2012, o Conselho Nacional de Saúde
exarou a Recomendação nº 202, exortando as autoridades do país a se comprometer com o
banimento e a adotar medidas a favor da adoção de tecnologias mais saudáveis (tanto
ambiental quanto ocupacionalmente). A Portaria 1287 de 30 de Setembro de 2015
simplesmente ignora o debate e retrocede no tempo, no compromisso com condições
decentes de trabalho, com equidade social e com saúde da população.
Como fundamentos adicionais a este posicionamento, transcrevemos abaixo a Nota de
Repúdio da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), que complementa este
documento de forma brilhante.
Nota Técnica de Repúdio da ANAMT contra a Portaria no.1287, de 30/9/2015, do
Ministro do Trabalho e Emprego
1. A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), vinculada à Associação Médica
Brasileira (AMB), em representação de mais de dez mil médicos do trabalho em nosso país, em
consonância com seus objetivos estatutários que incluem – com destaque – “a defesa da saúde
do trabalhador” –, vem a público para manifestar seu REPÚDIO à Portaria no. 1.287, assinada
pelo Ministro do Trabalho e Emprego, em 30 de setembro de 2015. A malfadada Portaria
Ministerial institui, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, uma “comissão especial”,
com a finalidade precípua de “debater o uso do amianto no Brasil, sob o prisma do uso
seguro”.
2. Os profissionais de Saúde de nosso país não podem se calar frente a essa aberração política
e burocrática, criada tão somente para atender a interesses econômicos, específicos e
localizados. Os médicos, de modo particular, têm a obrigação de denunciar e lutar contra a
banalização da saúde e da vida, não apenas dos trabalhadores da cadeia produtiva do amianto
no Brasil, mas, também das populações não ocupacionalmente expostas, mais vulneráveis,
1 http://www.fundacentro.gov.br/multimidia/detalhe-do-video/2012/12/audiencia-publica-amiantoeduardo-
algranti
http://www.fundacentro.gov.br/multimidia/detalhe-do-video/2012/12/audiencia-publica-amiantoeduardo-
de-azeredo-costa
2 http://conselho.saude.gov.br/recomendacoes/2012/Reco020.doc
mais desinformadas, e mais indefesas, que se expõem às fibras de amianto crisotila nos vários
momentos do seu “ciclo de vida”, caracterizando um grave problema de Saúde Pública, o qual
extrapola – em muito - a competência de quem instituiu a referida Comissão!
3. Aliás, no entendimento da ANAMT, a geração, disseminação, magnificação e “socialização”
de risco previsível e evitável deveriam ser tipificadas como “cumplicidade empresarial” em
violação de Direitos Humanos, como bem o faz a Comissão Internacional de Juristas – CIJ
(Complicité des Enterprises et Responsabilité Juridique – Volume 1: Affronter lês Faits et Établir
une Voie Juridique. (Genebra, 2008)3
4. A questão é grave, pois ela desconsidera uma longa história de lutas e avanços duramente
conquistados, no Brasil e no mundo, e que – a exemplo de mais de 50 países - culminaram na
proibição total (banimento) da extração, industrialização, comercialização, transporte e uso do
amianto crisotila e seus produtos, em pelo menos cinco estados da federação (Mato Grosso,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), e em aproximadamente 23
municípios, incluindo várias capitais de estados.
5. A questão também é extremamente grave, na medida em que – no caso em tela - se
caracteriza como uma iniciativa do Estado, materializada pelo atual Governo, em flagrante
desrespeito aos princípios constitucionais relativos ao papel do Poder Público no campo da
Saúde (Art. 196 da CF e Lei no. 8.080/90) e no campo do Meio Ambiente (Artigo 225 da CF).
6. A questão também é grave porque desconsidera que o amianto crisotila é cancerígeno
humano amplamente estudado, há muito assim tipificado pela Agência Internacional de
Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde, o qual, no Brasil, também
foi caracterizado como “carcinogênico confirmado para humanos” (Grupo 1) e integra a “Lista
Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos” (LINACH), instituída pela Portaria
Interministerial no. 9, de 7/10/2014.
7. A questão também é grave porque parte de um conceito falacioso, de que existiria algum
“uso seguro” do amianto crisotila, quando se sabe que, pelo fato de as fibras serem
carcinogênicas e não ter sido até hoje possível estabelecer, para os efeitos neoplásicos, em
especial o mesotelioma maligno de pleura, qualquer limite seguro de exposição, a única
alternativa tecnicamente factível e eticamente aceitável é a eliminação total (banimento) da
cadeia produtiva e do ciclo de vida da crisotila.
8. Aliás, esta é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)4, da Organização
Internacional do Trabalho (OIT)5, da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer
3 Acessível em http://icj.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2009/07/Corporatecomplicity-
legal-accountability-vol1-publication- 2009-fra.pdf
4 Acessível em http://whqlibdoc.who.int/hq/2006/W2 Acessível em
http://whqlibdoc.who.int/hq/2006/WHO_SDE_OEH_06.03_eng.pdf
5 Acessível em http://www.ilo.org/gb/GBSessions/WCMS_GB_297_3_1_EN/lang--en/index.htm
(IARC/OMS)6, entre muitas outras7. Todas são unânimes em reiterar a necessidade da proibição
(banimento) completo da extração, do beneficiamento, do transporte, da industrialização, da
comercialização, do uso, da exportação e importação da fibra de amianto crisotila, e de
produtos que a contêm, como única alternativa de eliminar o risco que elas representam para a
saúde humana.
9. No entendimento da ANAMT, já passou da hora de superar a armadilha do estéril debate
procrastinador sobre a exatidão dos números de vítimas do amianto crisotila no Brasil
(doentes, incapacitados e mortos), pois, mais do que filigranas estatísticas, trata-se do
CONCEITO: 1, 10, 100, 1.000, 10.000 (qualquer número acima de zero!) de casos de doenças ou
mortes evitáveis é inaceitável e deveria causar indignação e repulsa, tanto na sociedade como
um todo, como em todos os médicos!
10. Ao contrário dessa iniciativa desastrosa, capitaneada pelo Ministério do Trabalho, a
ANAMT considera como urgente, inadiável e indispensável, a correta intervenção do Estado, do
Poder Público, na sua responsabilidade constitucional de guardião da saúde de seus cidadãos, e
por extensão, também, sua responsabilidade planetária em contribuir para a sustentabilidade
social e ambiental do mundo, até o dia em que prevaleça o ético sobre o econômico8! Isto
posto, a ANAMT conclama a todos – em especial as entidades que defendem a saúde coletiva e
a saúde dos trabalhadores, bem como as entidades sindicais de trabalhadores – que se juntem
no REPÚDIO à Portaria no. 1.287, de 30/9/2015!
São Paulo, 1º de outubro de 2015.
Dr. Zuher Handar
Presidente da ANAMT
6 Acessível em http://www.iarc.fr/en/publications/pdfs-online/monographs/index.php
7 Ver lista completa e atualizada dos posicionamentos estrangeiros e internacional em http://www.jpcse.
org/documents/03.JPCSE-Position_Statement_on_Asbestos-June_4_2012-Full_Statement_and_Appendix_A.pdf
8 JONAS, H. – O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica.
[Tradução do original alemão por Marijane Lisboa e Luiz Barros Montez]. Rio de Janeiro:
Contraponto/Editora PUC – Rio, 2006. 354 p.

Um padre desconcertante...

Um padre desconcertante (seria ele a ‘cara’ do novo catolicismo pós-moderno?)

Sobre um palco iluminado, um vistoso padre bonitão, de calças justas, botas e chapéu de cowboy norte-americano saracoteia todo animado. Enquanto transborda simpatia ao apresentar as atrações de seu programa semanal, ele também faz o que todos os apresentadores televisivos fazem: vende produtos tão diferentes quanto pílulas e colchões; abraça crianças e velhinhos, é aclamado por devotas de Nossa Senhora Aparecida e vende seu livro. Na plateia do programa, caravanas de todo o país formadas por pessoas tipicamente interioranas de todas as idades erguem faixas com os nomes de suas cidades enquanto gritam o nome do padre alucinadamente como se ele fosse uma estrela do rock.

Sim, eu sei que há muitos anos certa banda gaúcha já alardeava que o papa era pop, então, um padre ser pop não é novidade nenhuma, mas ainda assim, causa bastante estranhamento ver um padre tão moderno, vaidoso e confortável em suas roupas justas de cowboy (vejam: ele não se veste como um caipira brasileiro ou um rapaz bem nascido do interior, um fazendeiro brasileiro; não; ele usa roupas de cowboy norte-americano e isso pode dizer muito sobre algumas coisas que eu, infelizmente, não tenho capacidade de analisar).
Eu que não sou socióloga, antropóloga ou psicóloga, sou apenas uma profissional do jornalismo que como se sabe é uma profissão ultimamente, bastante mal vista, tento analisar esse tipo de ‘fenômeno cultural” tentando somente não esbarrar nos limites impostos por julgamentos precipitados ou pré- conceituosos.
Tomando essas precauções então, é que vejo esse padre como sendo somente uma das muitas faces da grande confusão ideológica desse nosso começo de século: tudo o mais está em fragmentação – a política (agora não há simplesmente esquerda e direita e sim, centro-esquerda e/ou direita afinada com a esquerda: isso não seria, afinal, uma anarquia quase institucionalizada?) a questão de gênero (você sabe que agora não há somente homens e mulheres; há muitas nuances de gêneros sexuais humanos em ebulição e sabe-se lá o que virá por aí) – então que mal há em que apareça um padre assim tão diferente daqueles que rezavam missas de forma respeitosa e compungida?
Um padre todo feliz e animado, vestido (você já sabe como); um padre que também canta aquelas ‘pérolas’ da pior música sertaneja que sempre ‘cheiram’ a botecos de beira de estrada, traições, cervejas quentes e fuscões pretos (credo!).
Ou seja: um padre no mínimo, desconcertante e que veio (como dizem hoje) para ‘causar’; um padre que deve ter sido construído pelo departamento de marketing de algum empresário ‘bem intencionado’ do tipo que constrói as anitas e lexas da vida, um padre que ‘seduz’ velhinhas e mocinhas e finge não perceber isso.
O que pensar de um padre assim? Que em um minuto vende pílulas da longevidade (?) e no outro, reza uma ave-maria; que recebe cantores mirins e os despacha como se fosse aquele apresentador dominical de certa rede de TV e depois olha para a câmera, candidamente, e diz ‘não desligue sua TV porque logo mais teremos a benção da família…’.
Acho esse padre uma ‘figura’ bastante interessante, um representante típico – como já disse – do nosso esquisito começo de século; mas como os fieis do catolicismo também estão mais perdidos e confusos do que tudo e estão ansiosos por uma luz divina que os faça aceitarem coisas como casamentos gays, entre outras pós-modernidades …
…pois num cenário assim, talvez a existência de um padre tão jovial e modernoso, seja sim, uma forma de resgatar a fé, mas, ao mesmo tempo – sempre tem um ‘mas’ – um padre tão confortável no papel de apresentador, cantor e ‘marqueteiro’; tão carregado das contraditórias emoções humanas também contribui bastante para distorcer e confundir aqueles que achavam (ou acham) que Deus combina com ideias (e ideais) que se afinam (por exemplo) com o silêncio, a quietude, com filosofias de vida que pregam a preservação da flora e da fauna (como sabemos, cowboys gostam de rodeios e em rodeios animais são maltratados), o respeito (se ele canta músicas que falam de traições e/ou adultérios isso não parece ‘estranho’ quando sabemos que o catolicismo ainda é muito conservador em alguns aspectos, inclusive naquele que impede que padres se casem?).
Um padre que parece tão à vontade em um ‘mundo’ que representa tantos desequilíbrios emocionais e que parece, inclusive, fartar-se desse desequilíbrio e que se assemelha mesmo a um desses cantores do tal ‘sertanejo universitário’ que alimentam e são alimentados pelo fanatismo que despertam e que – como sabemos – tem sua origem, também, em ‘coisas’ como vaidade, luxúria, sedução, sensualidade ….
Pois, um padre assim não deveria deixar os fieis mais confusos e perdidos? Mas não: é o contrário disso que ocorre e, então, eu não sei se isso é bom, ruim ou simplesmente a confirmação de quão perdidos estamos todos. Nós, inclusive aqueles que pareciam imunes às imperfeições mundanas: os religiosos, aqueles que pareciam mais próximos de Deus.
No meio de tantas perguntas sem resposta há só uma coisa exata e tão brilhante como o sol arregalado desse começo de primavera: a religião e tudo o que ela representa(va) deixou órfãos até aqueles que se refugiavam em seus conceitos e perdidos estaremos todos se acharmos que ela ainda pode nos falar de Deus.                                             
                                     árvore católica2
Fonte: https://espacoacademico.wordpress.com/2015/10/17/um-padre-desconcertante-seria-ele-a-cara-do-novo-catolicismo-pos-moderno/comment-page-1/#comment-8053