quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Mercado financeiro e depressão

Quando o assunto é o mercado financeiro, não raro a imagem que surge é a de corretores na bolsa aglomerados e empurrando-se aos berros. Não por acaso, as ocupações neste mercado são consideradas das mais estressantes. Mais: os níveis expressivos de depressão associada a este ambiente de trabalho acaba por afetar não só a produtividade do empregado, como também sua vida pessoal.
Essa é a conclusão de um estudo chinês, apresentado durante o 17º Congresso Europeu de Psiquiatria, em Lisboa/Portugal, que analisou 1.024 trabalhadores, recrutados em três organizações financeiras de grande porte localizadas no norte e no sul do país, com o objetivo de verificar o impacto dos sintomas depressivos sobre a produtividade e o bem-estar deste grupo.
“Foi identificado um efeito de irritação, o que mostra um dano maior dos sintomas depressivos às funções psicossociais do trabalhador. Além disso, os sintomas depressivos dos trabalhadores também prejudicaram a qualidade de vida deles em aspectos como relações interpessoais e situações do cotidiano entre outros”, afirma o autor da pesquisa Wang, do centro de saúde comportamental da University of Hong Kong.
As análises feitas pelo pesquisador mostram que os sintomas depressivos apresentados estavam associados a três manifestações comportamentais no trabalho, sendo estas (em ordem decrescente de efeito): intenção de rotatividade, presenteísmo e absenteísmo.
Segundo o pôster sobre a pesquisa apresentado durante o congresso, os sintomas depressivos, especificamente, apresentaram um efeito maior sobre o presenteísmo comparado ao absenteísmo, o que sugere ausência de noção ou reconhecimento insuficiente por parte dos trabalhadores chineses da depressão enquanto uma doença em comparação com outras doenças físicas”, explica o autor no pôster sobre a pesquisa apresentada no evento científico.
“O estudo fornece evidência de prejuízos causados pela depressão no ambiente de trabalho, o que urge que os gestores responsáveis prestem mais atenção à saúde mental dos trabalhadores não importando se tal medida é para o bem da companhia ou para o bem-estar do empregado”, destaca o pesquisador chinês.


Fonte: Agência Notisa - 26/1/2009

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