quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Estudo mostra a importância da comunicação nas passagens de turno


A segurança é uma preocupação primária de trabalhadores e organizações na maioria das situações de trabalho em turno, particularmente, nos setores nuclear, petroquímico e de transportes onde existe um alto risco para os trabalhadores, público e meio ambiente. Já foi constatado pelas exaustivas investigações dos grandes acidentes industriais das últimas décadas, como Three Mile Island, Chernobyl, Bhopal, Exxon Valdez, e no Brasil, pelo vazamento do duto na Baía da Guanabara, em 2001, que no momento dos acidentes os operadores não conseguiram, a partir das informações sobre a situação corrente, construir uma avaliação sobre o real estado das instalações nos momentos que antecederam estas ocorrências.

Durante uma troca de turno numa sala de controle de uma usina nuclear, buscamos investigar que linguagens e representações permitem que as equipes de operadores compartilhem informações a respeito dos eventos ocorridos no turno. O que foi feito na instalação, qual o estado do processo e quais operações precisam continuar?

Como os membros da equipe que entram de serviço não estão presentes quando os eventos ocorrem, existe a necessidade de que os significados sejam compartilhados por meio de narrações feitas pela equipe que sai do turno para a equipe que entra. Este estudo integra um conjunto de trabalhos sobre a Ergonomia e a operação das usinas nucleares brasileiras.

Dentre os poucos estudos sobre o assunto encontrados na literatura a respeito do compartilhamento de informações em passagens de turno, destacamos o efetuado por Grusenmeyer e Trognon (1997). Nestes estudos, as trocas verbais entre operadores durante as passagens de turno em usinas nucleares são analisadas. Eles mostraram que os dois conjuntos de operadores (que saem e que entram de serviço) constroem representações funcionais compartilhadas. Estas representações, no que concerne ao tipo e localização de falhas parecem ser do tipo circunstancial, orientadas pelos objetivos dos agentes, transitórias e construídas de forma cooperativa por meio de trocas verbais entre operadores.

Consideramos que as ações para lembrança ou recuperação de fatos ocorridos num turno anterior acontecem no contexto e durante a atividade de supervisão/controle de processos.
Autores: Paulo Victor Rodrigues de Carvalho, Isaac Luquetti dos Santos e Eduardo Ferro de Carvalho
Foto: Rogério Reis
Fonte: Revista Proteção – julho/2007



Um comentário:

Anônimo disse...

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