segunda-feira, 26 de maio de 2008
Comissão Tripartite fortalecerá políticas públicas do setor
Dobram os registros de acidentes e doenças do trabalho
Brasília/DF - As notificações de acidentes e doenças do trabalho cresceram 107% entre 2006 e 2007. Os registros passaram de 112.668 para 231.288.
Os dados foram levantados pela coordenadora do Laboratório de Saúde do Trabalhador da UnB (Universidade de Brasília), Anadergh Barbosa-Branco, com base em números do Ministério da Previdência Social. O aumento é devido ao sistema do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário para caracterizar acidentes e doenças relacionados ao trabalho, regulamentado pela Previdência Social em fevereiro de 2007.
Com a metodologia, os diagnósticos estatisticamente relacionados à atividade têm ligação automática com o trabalho, mesmo que o empregador não emita a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). O aumento, assim, não reflete necessariamente maior número de casos, mas sim acréscimo nas notificações ao INSS.
"Com a metodologia, passamos a ter condições mais objetivas de traçar estratégias de prevenção", avalia Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social.
Alto registro
As doenças mentais e osteomusculares foram destaques nas notificações em 2007. A primeira teve um acréscimo de 1.324% nos registros. A segunda, de 893%.
"São doenças com grande relação com o trabalho, mas difíceis de serem caracterizadas como tal individualmente", analisa Barbosa-Branco. De acordo com Mario Bonciani, vice-presidente nacional da Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), a exigência mental e a intensidade do trabalho são as causas de problemas como esses.
"O trabalhador esquece a piora (dos sintomas), e a reversibilidade da doença torna-se complicada", afirma. Ele acrescenta que doenças osteomusculares, como tendinite, e mentais, como depressão, afetam não só o ambiente profissional mas também o doméstico.
Roberto Angelo Moraes, 31, que é bancário há 16 anos, começou a sentir os sintomas da lesão por esforço repetitivo nos ombros e nos punhos em 1998. Após afastar-se e voltar à atividade, ele deixou o trabalho novamente, por causa da dor.
"Com a pressão psicológica que sofri nessa situação, tive depressão", conta Moraes, que segue afastado do trabalho.
Fonte: Folha Online - 11/5/2008
Estudo diz que 29% dos homens já sofreram violência doméstica
Pesquisa feita com mais de 400 homens nos EUA mostra mitos sobre agressões.
Da BBC
Um levantamento realizado nos Estados Unidos afirma que 29% dos homens já sofreram algum tipo de violência doméstica.
A pesquisa da organização independente Group Health, baseada em Seattle, foi conduzida por telefone com mais de 400 homens nos Estados Unidos.
Segundo os dados, que serão publicados na edição de junho da revista científica American Journal of Preventive Medicine, 5% dos homens disseram ter sofrido algum tipo de violência doméstica no último ano e 10%, nos últimos cinco anos.
Dos 400 homens entrevistados, 29% disseram que sofreram de violência doméstica em algum momento da sua vida.
Os pesquisadores classificam agressões verbais (intimidações e ameaças) e físicas (tapas, socos, chutes e sexo forçado) como tipos de violência doméstica.
Mitos
"Violência doméstica contra homens é pouco estudada e geralmente escondida - muito como acontecia com as mulheres há dez anos", afirma Robert Reid, o pesquisador que liderou a pesquisa.
Segundo Reid, a pesquisa identificou alguns mitos sobre violência doméstica contra homens.
De acordo com o pesquisador, não existe relação entre grau de violência contra homens e o nível de renda das famílias. A violência doméstica afetaria tanto famílias ricas e pobres.
Outro falso conceito, segundo a pesquisa, é de que a violência doméstica não teria conseqüência para os homens. Homens que sofreram algum tipo de abuso teriam três vezes mais chance de apresentar sinais de depressão.Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL473669-5602,00.html
Grávidas estressadas tendem a dar à luz bebês alérgicos e com asma, diz estudo
Problemas no sistema imune perduram por décadas após o nascimento da criança.
Da Reuters
As mulheres que sofrem de estresse envolvendo dinheiro, relacionamentos e outros problemas durante a gravidez podem dar à luz bebês com tendência a ter alergias e asma, afirmam pesquisadores americanos. Os achados, apresentados durante a reunião da Sociedade Torácica Americana em Toronto (Canadá), sugerem que o estresse materno durante a gravidez pode ter conseqüências duradouras sobre os filhos.
"Essa pesquisa reforça um conjunto crescente de evidências que ligam o estresse materno a mudanças no sistema imune em desenvolvimento das crianças, mesmo durante a gravidez", afirmou em comunicado a pesquisadora Rosalind Wright, da Escola Médica de Harvard (EUA). Wright e seus colegas descobriram que as mães mais estressadas dão à luz bebês com níveis maiores de imunoglobulina E, uma substância do sistema de defesa do organismo -- mesmo que essas mães tivessem tido uma exposição muito pequena a substâncias que causam alergia durante a gravidez.
Poluente social
"Esses dados dão mais apoio à idéia de que o estresse pode ser considerado uma espécie de poluente social que, quando entra em contato com o corpo, pode influenciar a resposta imune dele", declarou Wright.
Resultados parecidos vieram de um estudo coordenado por Andrea Danese, da Universidade de Londres. No trabalho, os pesquisadores acompanharam mil neozelandeses do nascimento aos 32 anos de idade. E descobriram que crianças que passaram por estresse severo -- gerado por eventos como rejeição materna, disciplina muito rígida ou abuso sexual -- tinham o dobro dos níveis normais de inflamação mesmo 20 anos após os eventos estressantes.
Os marcadores ligados a inflamação no sangue são um sinal de risco aumentado para doenças do coração e diabetes. "O estresse infantil pode modificar as trajetórias de desenvolvimento e ter efeitos de longo prazo sobre o risco de outras doenças", afirma Danese.
Segundo Danese, os maus-tratos na infância podem atrapalhar a capacidade dos glicocorticóides -- hormônios que impedem as inflamações -- de responder ao estresse mais tarde, o que levaria à depressão e outros problemas psiquiátricos. Por isso, as crianças sob essas condições deveriam começar cedo a prevenção de doenças comuns em adultos.
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL473628-5603,00.html