quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Conferência sobre saúde mental no CTN

São Paulo/SP - De acordo com o Ministério da Saúde, três por cento da população em geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes, doze por cento necessita de algum atendimento em saúde metal – seja ele contínuo ou eventual – e, estima-se, de cinco a dez por cento a ocorrência de transtornos mentais graves na população brasileira economicamente ativa.

O estado de sofrimento, adoecimento físico e psíquico do trabalhador é mediado por aspectos referentes ao ambiente e à organização do trabalho e passa necessariamente pela subjetividade individual dos envolvidos.
Atenta a esse processo complexo de adoecimento no trabalho, a Fundação Jorge Duprat Fiqueiredo (Fundacentro) promove, juntamente com o Departamento de Medicina Legal e de Saúde Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP, no dia 1º de outubro de 2007, uma conferência sobre o tema “Aspectos teóricos e práticos da pesquisa em saúde mental no trabalho - Estudos de casos no México”, com o professor Miguel Matrajt – assessor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização Panamericana de Saúde e integrante da Seção de Psiquiatria Ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria.

O evento é dirigido aos profissionais de saúde mental e de saúde do trabalhador, aos pesquisadores de diversas áreas, ao movimento sindical e às pessoas dos movimentos sociais, além de profissionais de gestão de segurança e saúde do trabalhador e estudantes.

A conferência tem por tem por objetivo difundir pesquisas relacionadas à temática e demonstrar como foram aplicadas as ações corretivas.

Temas que serão abordados na conferência:

Fundamentos teóricos, a metodologia e a prática de pesquisa desenvolvidas

A epistemologia de sistemas complexos e a convergência de abordagens: contextualização e estudo sócio-epidemiológico

Relação entre a organização social e a subjetividade

Fusão e incorporação de empresas – reflexos para os relacionamentos e para o psiquismo

Metodologia de intervenção em grandes empresas

Estudos de casos do México.

Fonte: Fundacentro - 12/9/2007

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Estresse pré-escolar afeta crianças


A expectativa de conhecer um novo ambiente e novos colegas pode causar estresse em crianças até seis meses antes de começarem a estudar.

É o que sugere uma pesquisa realizada pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social da Universidade de Bath, no Reino Unido, com 53 meninos e 52 meninas que cursavam a primeira série. Os pesquisadores mediram os níveis do hormônio cortisol nos alunos de três a seis meses antes da primeira aula, duas semanas após o início das aulas e, novamente, seis meses depois. Os pais monitoraram os diários dos filhos e os professores responderam questionários sobre o comportamento dos estudantes.

Eles se surpreenderam ao constatar que os níveis hormonais já eram altos desde a primeira coleta. E acreditam que o estresse antecipado dos pais com o começo da vida escolar do filho possa influenciar no comportamento da criança.Os mais extrovertidos apresentaram índices mais altos de cortisol do que os mais tímidos.

No entanto, de acordo com Julie Turner-Cobb, coordenadora do estudo, estudantes com esse perfil já apresentam normalmente níveis mais elevados desse hormônio. "Eles são mais impulsivos e se colocam em mais situações de confronto", diz.

A pesquisa também aponta que quantidades mais altas de cortisol influenciam no sistema imunológico dos estudantes, especialmente se são mantidas durante todo o dia. Crianças com níveis hormonais elevados estavam menos sujeitas aos sintomas da gripe durante os seis meses posteriores e, quando gripadas, faltaram menos dias na escola. Elas também estavam mais propensas a ficar doentes durante os feriados e as férias, o que faz os estudiosos acreditarem que altos níveis de estresse provoquem alguma proteção contra doenças. (Folha de S. Paulo)

Fonte: Portal Aprendiz, 06/09/2007

domingo, 9 de setembro de 2007

Estudo inédito afirma: Metade da população brasileira é sedentária

Estudo encomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia identificou que o Brasil é um país de sedentários.

O país-modelo é a Finlândia, com apenas 8% de não-adeptos de atividades físicas; esse índice chega a 60% nos Estados Unidos.

Metade dos brasileiros não pratica atividade física, revela pesquisa inédita da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) com 2.012 pessoas entre os 18 e 70 anos. O sedentarismo, associado à dieta inadequada, é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, que matam 300 mil por ano no país.

O levantamento, realizado pelo Datafolha e que será divulgado hoje durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia, mostra que o índice de sedentarismo cresce conforme a pessoa envelhece. Dos 18 aos 24 anos, 39% dos brasileiros não praticam atividades físicas.Na faixa etária de 25 a 44 anos, a taxa de sedentarismo aumenta para 50%.

Dos 45 aos 59 anos, passa para 53%. E entre os idosos de 60 a 70 anos chega ao seu ápice: 57% levam uma vida sedentária.Nos EUA, o índice de sedentarismo é estimado em 60%. O país-modelo é a Finlândia: apenas 8% dos habitantes não praticam atividade física.

Da metade dos brasileiros que praticam exercícios, apenas 20% o fazem diariamente, forma considerada ideal pelos médicos. A pesquisa revelou que os homens se exercitam mais do que as mulheres: 60% contra 41%. A caminhada ou a corrida, ao lado do futebol, é o esporte preferido por 26% dos homens.

Entre as mulheres, ela lidera absoluta: tem 31% das preferências.Segundo o cardiologista Álvaro Avezum, diretor de promoção à saúde cardiovascular da SBC, o sedentarismo da população está diretamente relacionado à "absoluta mecanização nas grandes cidades"."A gente só anda de carro porque não tem segurança de andar a pé. Pega o elevador em vez de usar a escada e, em casa, usa o controle remoto. Essa qualidade de vida só nos faz adoecer", afirma o médico, que diz praticar uma hora de corrida em esteira por dia."Não sou hipócrita. O que eu recomendo aos meus pacientes no consultório, faço em casa."

Entre os cardiologistas, o índice de sedentarismo é de 30%, segundo a SBC. Para Avezum, não basta uma mudança individual, é preciso transformações sociais para estimular as pessoas a se movimentarem, com a criação de espaços públicos que propiciem atividades físicas.

Cardiopata e sedentária, a arquiteta Cibele Taralli, professora da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), sente a falta de opção de espaços na própria pele. "Moro em Pinheiros, um bairro poluído, sem praças e parques por perto. Não tem como andar na rua."Cibele, 53, conta que vive recebendo "puxão de orelha" do cardiologista. "Faço algumas caminhadas, mas logo desisto."

Caminhar esporadicamente não traz benefício cardiovascular, afirma Avezum. A "prescrição" é meia hora de atividade moderada todos os dias ou uma hora três vezes por semana. "Tem que suar e cansar."

Fonte: Folha de São Paulo, 09/09/2007, por Cláudia Collucci